terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cédulas do Cruzeiro (1942-1967)


O Cruzeiro, que vigorou entre 1º de novembro de 1942 e 12 de fevereiro de 1967, foi criado a partir do Decreto-lei n.º 4791, de 05.10.1942. Substituiu o padrão mil réis na razão de 1 cruzeiro = 1000 réis. No momento da reforma, por conta da inflação crescente, circulavam no páis 56 tipos diferentes de cédulas do mil réis. Essas notas perderam seu valor legal em 1955.

As primeiras sugestões para a utilização do nome cruzeiro para a moeda brasileira remontam ao final do século XIX. Segundo consta nos Anais do Senado Federal, em 21 de setembro de 1891, Américo Lobo propôs a adoção do cruzeiro em substituição ao real (unidade monetária do padrão mil réis), nomenclatura de herança portuguesa. Durante o governo de Washington Luís (1926-1930), cogitou-se a introdução de uma nova unidade monetária em substituição ao Mil Réis. Para isso foi criada a Caixa de Estabilização em 1926, com a finalidade de converter todo o papel-moeda em circulação em "Cruzeiros-Ouro". Essa tentativa de reformar o sistema monetário brasileiro fracassou e, devido à crise do capitalismo de 1929 e à Revolução de 30, a reforma monetária foi postergada até 1942.

As primeiras cédulas do cruzeiro foram aproveitadas do padrão mil réis com a utilização de duplo carimbo em forma de rosácea, que continha no seu interior o novo valor em cruzeiros. Em 1944, devido à grande quantidade em estoque, as cédulas de mil réis do Banco do Brasil das séries 279ª-500ª foram postas em circulação com o valor de 1 cruzeiro. Essas notas não traziam nenhum carimbo ou reimpressão no novo padrão monetário.

As primeiras cédulas próprias (1ª estampa), impressas pela American Bank Note Company, foram emitidas pelo Tesouro Nacional em 1943. Em 1948, as cédulas da 2ª estampa, encomendadas à Thomas De La Rue Company Ltd. e distintas das da 1ª estampa pelo esquema de cores, foram postas em circulação. Por fim, entre 1961 e 1962, foram emitidas notas de 5 cruzeiros produzidas na Casa da Moeda do Brasil, conhecidas como cédulas do índio.

A seguir, apresentamos todos os tipos de cédulas do "cruzeiro antigo", catalogadas a partir de três características: a estampa, o tipo de chancela e a a inscrição que acompanha o valor facial (Valor recebido ou Valor legal). As primeiras notas do cruzeiro eram autografadas pelos funcionários da Caixa de Amortização. A partir de 1953, foram postas em circulação notas com micro chancelas do Diretor da Caixa de Amortização e do Ministro da Fazenda. Com a criação do Banco Central do Brasil, em 31 de dezembro de 1964, o título de Diretor da Caixa de Amortização foi substituído pelo de Presidente do Banco Central do Brasil nas cédulas de 5000 cruzeiros de 1965 e de 10.000 cruzeiros de 1966.

Optamos por elaborar três listas de pesquisa: na primeira constam as cédulas aproveitadas do padrão mil réis, já na segunda e na terceira listas estão as notas próprias. Em "Pesquisa por valor facial", baseamos a catalogação no livro Cédulas do Brasil - 5ª edição. Clicando em "Pesquisa por tipo de chancela", tem-se acesso a uma lista, a grosso modo, cronológica das emissões do cruzeiro, que se assemelha à catalogação do SCWPM.

Para os visitantes pouco familiarizados com esses catálogos, apresentamos uma ferramenta muito útil criada pelo site BANKNOTE COLLECTION: a Ferramenta para Identificação Rápida das Cédulas de Cruzeiro e Cruzeiro Novo



Pesquisa por valor facial



Referências bibliográficas:

AMATO, Cláudio P., Irlei S. das Neves, Júlio E. Schütz. Cédulas do Brasil (1833 a 2011), 5ª edição. São Paulo, 2011. ISBN 978-85-904216-3-4. www.claudioamato.com.br.

MARTINS, Luiz Cláudio L. S. Cédulas Brasileiras do Mil-Réis ao Real. Sociedade Numismática Brasileira, Projeto Cultura SNB (Biênio 2003-2004) edição n.º 54, p. 104-114. Disponível em: http://snb.org.br/boletins/pdf/54%20-%20C%C3%A9dulas%20Brasileiras.pdf.

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