Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil e a queda na produção do ouro na colônia, a quantidade de moedas em circulação tornou-se insuficiente para atender ao aumento dos gastos com a manutenção da estrutura administrativa da Coroa. Como forma de baratear os custos de produção e aumentar a quantidade de dinheiro circulante, o 1º Banco do Brasil, criado pelo Príncipe Regente D. João VI em 1808, foi autorizado a emitir seus primeiros bilhetes, precursores das cédulas atuais, em 1810.
Após a independância e organização do Império do Brasil, foi criado o Tesouro Nacional para gerir as finanças do Império. Abalado pela retirada de grandes somas de recursos durante o embarque da família real portuguesa para a Europa em 1821, o 1º Banco do Brasil faliu e foi extinto em 1829. No entanto, os blihetes emitidos continuaram a circular.
A primeira emissão do Tesouro, em 1833, destinou-se ao recolhimento das moedas de cobre nas províncias. O aumento do número de falsificações dessas cédulas e dos antigos bilhetes emitidos pelo Banco do Brasil obrigou o Governo Imperial a preparar a primeira emissão regular de cédulas do padrão Mil Réis, destinada a uniformizar o meio circulante e acabar com as falsificações.
A Lei de 6 de outubro de 1835 determinou a substituição de todos os bilhetes do extinto Banco do Brasil e de todas as cédulas para o troco do cobre por cédulas do Tesouro Nacional, fabricadas na Inglaterra pela Perkins, Bacon & Petch com impressão em um único lado do papel. Foi a primeira vez que o Tesouro Nacional deteve a exclusividade da emissão de cédulas no Brasil.
O aumento do preço dos metais utilizados para a fabricação das moedas e a multiplicação da população tornaram o uso de papel-moeda cada vez mais disseminado no decorrer do século XIX. No entanto, a vastidão do território dificultava a distribuição das cédulas. A solução encontrava pelo governo foi autorizar bancos particulares a emitirem junto com o Tesouro Nacional. O segundo Banco do Brasil, criado pelo Visconde de Mauá em 1854, também é autorizado a emitir.
Em 1868 ocorre uma mudança no padrão das cédulas, que passam a ser impressas em ambos os lados do papel. Essas notas bifaciais, fabricadas pela American Bank Note Company, circularam até o fim do Império em 1889. Todas elas traziam estampado no seu anverso o Imperador D. Pedro II.
Abaixo estão reunidas todas as emissões regulares do Tesouro Nacional durante o Império do Brasil, organizadas de acordo com o seu valor facial. As demais cédulas, emitidas por bancos particulares e pelo Banco do Brasil serão adicionadas nesse blog no futuro como emissões especializadas, de acordo com o SCWPM.
Deseja conhecer em que valores foram impressas as cédulas unifaciais ou bifaciais? Clique aqui.
Pesquisa por valor facial
AMATO, Cláudio P., Irlei S. das Neves, Júlio E. Schütz. Cédulas
do Brasil (1833 a 2011), 5ª edição. São Paulo, 2011. ISBN 978-85-904216-3-4. www.claudioamato.com.br.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Dinheiro no Brasil 2ª edição. Brasília, BCB, 2004, 36 p.
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