segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mil Réis - Império do Brasil (Tesouro Nacional)


Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil e a queda na produção do ouro na colônia, a quantidade de moedas em circulação tornou-se insuficiente para atender ao aumento dos gastos com a manutenção da estrutura administrativa da Coroa. Como forma de baratear os custos de produção e aumentar a quantidade de dinheiro circulante, o 1º Banco do Brasil, criado pelo Príncipe Regente D. João VI em 1808, foi autorizado a emitir seus primeiros bilhetes, precursores das cédulas atuais, em 1810.

Após a independância e organização do Império do Brasil, foi criado o Tesouro Nacional para gerir as finanças do Império. Abalado pela retirada de grandes somas de recursos durante o embarque da família real portuguesa para a Europa em 1821, o 1º Banco do Brasil faliu e foi extinto em 1829. No entanto, os blihetes emitidos continuaram a circular.

A primeira emissão do Tesouro, em 1833, destinou-se ao recolhimento das moedas de cobre nas províncias. O aumento do número de falsificações dessas cédulas e dos antigos bilhetes emitidos pelo Banco do Brasil obrigou o Governo Imperial a preparar a primeira emissão regular de cédulas do padrão Mil Réis, destinada a uniformizar o meio circulante e acabar com as falsificações.

A Lei de 6 de outubro de 1835 determinou a substituição de todos os bilhetes do extinto Banco do Brasil e de todas as cédulas para o troco do cobre por cédulas do Tesouro Nacional, fabricadas na Inglaterra pela Perkins, Bacon & Petch com impressão em um único lado do papel. Foi a primeira vez que o Tesouro Nacional deteve a exclusividade da emissão de cédulas no Brasil.

O aumento do preço dos metais utilizados para a fabricação das moedas e a multiplicação da população tornaram o uso de papel-moeda cada vez mais disseminado no decorrer do século XIX. No entanto, a vastidão do território dificultava a distribuição das cédulas. A solução encontrava pelo governo foi autorizar bancos particulares a emitirem junto com o Tesouro Nacional. O segundo Banco do Brasil, criado pelo Visconde de Mauá em 1854, também é autorizado a emitir.

Em 1868 ocorre uma mudança no padrão das cédulas, que passam a ser impressas em ambos os lados do papel. Essas notas bifaciais, fabricadas pela American Bank Note Company, circularam até o fim do Império em 1889. Todas elas traziam estampado no seu anverso o Imperador D. Pedro II.

Abaixo estão reunidas todas as emissões regulares do Tesouro Nacional durante o Império do Brasil, organizadas de acordo com o seu valor facial. As demais cédulas, emitidas por bancos particulares e pelo Banco do Brasil serão adicionadas nesse blog no futuro como emissões especializadas, de acordo com o SCWPM.

Deseja conhecer em que valores foram impressas as cédulas unifaciais ou bifaciais? Clique aqui

Pesquisa por valor facial



Referências bibliográficas:

AMATO, Cláudio P., Irlei S. das Neves, Júlio E. Schütz. Cédulas do Brasil (1833 a 2011), 5ª edição. São Paulo, 2011. ISBN 978-85-904216-3-4. www.claudioamato.com.br.

MARTINS, Luiz Cláudio L. S. Cédulas Brasileiras do Mil-Réis ao Real. Sociedade Numismática Brasileira, Projeto Cultura SNB (Biênio 2003-2004) edição n.º 54, p. 104-114. Disponível em: http://snb.org.br/boletins/pdf/54%20-%20C%C3%A9dulas%20Brasileiras.pdf. 

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Dinheiro no Brasil 2ª edição. Brasília, BCB, 2004, 36 p.

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